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Carmo Faria Blanc,
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1 - Qual o aspeto mais valorizado num currículo?
Naturalmente que a média é um fator quando se trata de um escritório com a posição e posicionamento da PLMJ. Mas há muito que percebemos que a qualidade de um advogado – como em tantas outras profissões – reflete outras variáveis menos mensuráveis, até porque a média, só por si, revela talento e qualidade, mas também, muitas vezes, as condições de vida que permitiram que alguém se concentrasse e dedicasse a 100% à sua formação. Será que uma média mais baixa de alguém que, por exemplo, teve de trabalhar enquanto tirava o curso, equivale, realmente, a um potencial profissional inferior? Por isso, na seleção dos nossos advogados estagiários, valorizamos outros aspetos, como a diversidade de atividades em que participam extra área do Direito, nomeadamente hobbies e interesses e que transmitem um pouco mais sobre a pessoa que está por detrás do CV e dos aspetos mais quantitativos
2 - Qual o maior erro que os candidatos costumam fazer em entrevistas?
Temos a sorte de ter quase sempre candidatos muito bem preparados para as nossas entrevistas. Ainda assim, talvez um dos aspetos que ressalta mais vezes tem que ver com as suas competências mais sociais e até emocionais. Uma entrevista é um momento de tensão e nervosismo para o candidato e um dos aspetos que notamos é a incapacidade de, por exemplo, estabelecerem contacto visual com os sócios que os estão a entrevistar.
3 - A partir de que média é que, normalmente, aceitam candidatos?
Analisamos todos os currículos que recebemos - em média cerca de 800 candidaturas por ano – e tipicamente consideramos candidaturas a partir dos 14/15 valores. No entanto, a consistência do percurso académico, nomeadamente nas notas nas diferentes cadeiras, é também um dos fatores de análise.
4 - Em relação às línguas estrangeiras, para além do inglês, que outras podem ser importantes?
A PLMJ, sendo um escritório com um elevado perfil transacional, tem uma grande exposição a um conjunto alargado de geografias. Assim, um inglês impecável é, claro, obrigatório, mas valorizamos quando o candidato fala outras, como o alemão, o francês e o espanhol.
5 - O que é, essencialmente, um fator de escolha para uma entrevista? Formação académica além da licenciatura (mestrados, cursos rápidos, licenças) ou experiência profissional?
Ambos os aspetos são relevantes porque evidenciam uma aposta num primeiro contacto com a realidade profissional ou na obtenção de um conhecimento jurídico mais especializado.
6 - Como me posso diferenciar de outros candidatos, tendo uma média mais baixa?
Com experiências que tenham contribuído para a ampliação dos teus conhecimentos ou experiência profissional e pessoal, quer sejam académicas ou não. A média é um fator relevante de seleção, mas não é exclusivo. Valorizamos perfis que tenham outras valências para além do direito, quer seja música, pintura, cinema, livros, viagens, entre outros interesses.
7 - Será indiferente que ainda não saibamos ao certo qual a nossa área de preferência ou será preferível um candidato que se mostre muito vocacionado para uma área em específico?
O estágio da PLMJ é rotativo – inclui a passagem por diferentes áreas do Direito -, o que significa que, além de um passo de formação e de início de carreira obrigatório, é também uma oportunidade para definir, validar e afinar preferências de área.
8 - Há espaço na advocacia para alguém com um perfil mais tímido?
É uma pergunta interessante, esta. Historicamente há características que nos habituámos a classificar de positivas e negativas e a timidez estaria, num escritório de advogados, claramente do lado das negativas. Mas aquilo que vale a pena perguntar é se a timidez, que está ligada a alguma introversão, não é, por exemplo, uma vantagem em termos de capacidade analítica. Quando dizemos que a diversidade é um valor da PLMJ, é também disto que falamos: da diversidade de perfis, características, backgrounds. A nossa história, evolução e sucesso fez-se, sem dúvida, também por valorizarmos a diferença, o que não é óbvio, a complementaridade de personalidades.
9 - O que faz uma carta de motivação boa? Devemos dar-nos a conhecer ou falar apenas do nosso percurso profissional e da nossa área e sociedade de eleição?
O percurso profissional já vem destacado no CV, pelo que a carta de motivação vem realçar o lado mais pessoal do candidato de formar a conseguirmos conhecer-vos melhor para além da parte académica e experiência profissional. Por isso, sejam ousados, sejam autênticos e sejam generosos connosco na informação que gostavam que tivéssemos sobre vocês, sobre o que vos move e o que ambicionam na vida.
