Dia da Faculdade 2022 | Emoção na entrega dos diplomas

Sexta-feira, Outubro 28, 2022 - 17:35

O Dia da Faculdade é sempre um dia especial na vida académica de alunos, professores e da nossa Escola.

Este ano, talvez pela queda definitiva das máscaras e pela dificuldade que foi ensinar e aprender durante uma pandemia, a Cerimónia de Entrega de Diplomas aos Mestres e Licenciados em Direito, que se realizou no passado dia 27 de outubro, no Auditório Cardeal Medeiros, no Campus da Universidade Católica Portuguesa (UCP), em Lisboa, foi especialmente emotiva.

Sob o olhar orgulhoso das famílias e dos professores, dezenas de alunos viram o se esforço e dedicação, finalmente, reconhecidos:  mais de 70 alunos foram distinguidos com Prémios e Bolsa de Mérito, cerca 170 receberam o Diploma Licenciatura e perto de uma centena obtiveram o Grau de Mestre.

Em repreentação dos alunos, Helena Lanova discursou durante de cerimónia, e acabou por ser aplaudida de pé

Como habitual, a Cerimónia começou e terminou com o Hino e Cortejo Académicos; contou com a bênção dos Diplomas pelo Capelão da Universidade, Padre Miguel Vasconcelos e com os discursos da Prof.ª Ana Taveira da Fonseca, Diretora da Escola de Lisboa da Faculdade Direito da UCP, do Prof. José Lobo Moutinho, Diretor da Faculdade de Direito da UCP e do Sr. Vice-Reitor da UCP, o Prof. Fernando Ferreira Pinto. Em representação dos alunos, subiu ao palco Helena Lanova, cujas palavras memoráveis, mereceram um aplauso de pé de toda a sala e que agora recordamos aqui: 

"Quando a Professora Ana Maria (Ana Taveira da Fonseca) me ligou a dirigir o convite para fazer o discurso em representação dos alunos que hoje recebem os diplomas de conclusão de licenciatura, fui inundada por uma mistura de sentimentos: honra, responsabilidade, mas sobretudo felicidade. Felicidade por ter a possibilidade de estar aqui na presença dos meus colegas, amigos, Professores e pais e dedicar algumas palavras àquela que foi e continuará sempre a ser a nossa casa, a Universidade Católica.

Lembro-me perfeitamente do dia em que recebi o email a comunicar que tinha sido aceite na Católica e da serenidade que senti ao ler o email por estar absolutamente certa de que tinha feito a melhor escolha. E hoje, ao fim de 4 anos posso dizer que todas as expetativas foram absolutamente superadas e deixem-me explicar o porquê neste breve discurso.

Sinto que as minhas primeiras palavras devem ser dedicadas aos Professores, pois sem eles nada disto seria possível. São vocês os maiores responsáveis pelo nosso crescimento académico, que tantas vezes nos inspiraram, que alargaram os nossos horizontes, que sempre nos alertam para a importância de desenvolvermos o nosso espírito crítico e não darmos por adquirido o que liamos nos manuais ou na jurisprudência, ou mesmo aquilo que vocês nos transmitiam nas vossas aulas. Foram vocês que nos transmitiram os conhecimentos essenciais que a partir de agora, cada um de nós quer através do estágio de advocacia, quer através do mestrado ou pós-graduações escolheu densificar.
 

Lembro-me de há exatamente um ano estar na mesma posição que os alunos que neste momento estão no 4º ano devem estar, cheia de dúvidas sobre o que fazer depois da licenciatura, qual deveria ser o caminho a seguir e de ter tido a possibilidade de conversar com alguns Professores que através da sua experiência me deram conselhos que para mim foram extremamente valiosos. E apesar da competitividade dos programas a que me candidatava, me terem incentivado e transmitido toda a confiança e que hoje me permitem estar a concretizar o sonho de realizar o mestrado na Universidade de Oxford, no Reino Unido.
 

Em Oxford, sempre que falo da Católica aos meus Professores e colegas que vêm das mais variadas jurisdições, alguns com imensa experiência profissional, todos me olham admirados e dizem-me que o sistema da Católica lhes parece ser dos melhores e tudo isto devido a uma das mais particulares características da Católica e que por vezes tanto nos angustiava: as orais. Mas que na verdade, muitas vezes não eram mais do que uma conversa e a melhor oportunidade que nós tínhamos para expressar os nossos próprios pontos de vista sobre alguns dos temas mais controvertidos e que nos permitiram adquirir a ferramenta útil de lidar com a pressão que todos sentimos ao realizar as entrevistas para os estágios ou para outros programas aos quais nos candidatamos.
 

Mas para além da importância académica das orais, a verdade é que muitas amizades foram criadas nesses dias, especialmente naquelas, por vezes, longas horas em que esperávamos pela nota e procurávamos apoiar-nos mutuamente dizendo “de certeza que não foi assim tão mau.”
 

Aproveito este momento para agradecer aos meus colegas e, alguns deles, verdadeiros amigos. Agradeço e valorizo todos aqueles momentos em que em conjunto não percebíamos um determinado aspeto da matéria (é sempre melhor não perceber em conjunto do que sozinho) e procurávamos elaborar os melhores tópicos de resposta para caso uma pergunta do género saísse no exame e na oral; ou em que nos dias menos bons acreditávamos ingenuamente que o que viria a seguir seria melhor, mas na verdade a carga de trabalho só aumentava e tende a continuar a aumentar; agradeço por todas as discussões que tínhamos em aulas e que nos permitiam em conjunto atingir os melhores resultados e ter a noção de diferentes perspetivas.
 

Agradeço à Universidade Católica pelos valores que procura transmitir a toda à sua comunidade académica, por assumir um papel absolutamente fulcral no nosso desenvolvimento não só enquanto profissionais, mas sobretudo enquanto cidadãos que testemunham uma época de profunda mudança, desde a pandemia que nos fez reavaliar as nossas prioridades e perceber a importância da existência de um espírito de entreajuda, até aos conflitos que infelizmente hoje testemunhamos, entre eles a guerra na Ucrânia, o meu país de origem e que tem lutado com a maior perseverança por algo que nós damos como adquirido, a nossa liberdade. E por isso, valorizemos a sorte que temos por nada faltar à maioria de nós, por termos tido a possibilidade de estudar numa casa que nos procura transmitir a melhor educação possível e que nos abre portas para sermos e fazermos aquilo que quisermos; por cada um à sua maneira conseguir aproveitar a sua juventude sem o barulho constante de sirenes e bombardeamentos e sem a preocupação de saber se amanhã terá de abandonar o seu país.
 

Por fim, gostava de dedicar as últimas palavras deste discurso às nossas famílias que são sem dúvida o nosso maior apoio, pelo que o nosso sucesso hoje em grande medida a vocês se deve. Obrigada à minha família, desde os meus avós que todos os dias me ligam e me transmitem a importância da humildade e da solidariedade para com o próximo e amor pela profissão, e que mesmo estando longe, vivem intensamente cada uma das minhas conquistas; até aos meus pais, dois músicos que há cerca de 23 anos vieram para Portugal, deixando o seu país em busca de um futuro melhor para os seus dois filhos e que muito trabalharam para que nós tivéssemos a melhor educação e que desde muito cedo me ensinaram que sem trabalho árduo e máxima dedicação nada se consegue e ao meu irmão que é o meu guia nesta aventura que é o direito e que me dá sempre os conselhos mais sábios e que sempre foi e continuará a ser o meu maior exemplo de trabalho, humildade e dedicação.
 

Muito obrigada a todos e as maiores felicidades para todos nós que hoje recebemos os nossos diplomas, bem como a todos aqueles que se encontram a trabalhar neste sentido. O futuro que nos espera só poderá ser brilhante!"